Fenapaes promove encontro para alinhar estratégias de fortalecimento da educação na Rede Apae

A Federação Nacional das Apaes (Fenapaes) realizou, nesta segunda-feira (10) e terça-feira (11), o 2° Encontro de Coordenadores de Educação e Ação Pedagógica, em Brasília (DF). Sob o tema “A escola que temos e a escola que queremos”, o evento ocorreu na sede da entidade e propiciou momentos de diálogo, troca de experiências e traçar estratégias voltadas ao fortalecimento da educação na Rede Apae.

Conduzido pelo coordenador nacional de Educação e Ação Pedagógica, Luiz Fernando Zuin, o encontro contou com a presença do presidente da Fenapaes, prof. Jarbas Feldner de Barros; do vice-presidente Léo Loureiro; dos diretores financeiros Narciso Batista (1°) e Ottão Pereira (2°); do 1° diretor-secretário, Vanderson Gaburo; do senador Flávio Arns, ex-presidente da entidade; da procuradora Jurídica, Mírian Queiroz; e dos coordenadores de Educação e Ação Pedagógica dos 26 estados e do Distrito Federal.

Na ocasião, o prof. Jarbas destacou que o encontro faz parte de um esforço coletivo da Fenapaes para construir uma análise detalhada sobre a atuação das Apaes na área da educação. Para ele, a reunião contribuiu para fazer um diagnóstico atual da realidade da educação especializada das Apaes em cada Estado. A partir desse levantamento, afirmou o presidente, será possível orientar as próximas ações do movimento apaeano de forma integrada com as demais áreas da Rede.

“Esse encontro está sendo de suma importância, porque nós estamos estruturando a assistência social, a saúde e, agora, a educação. Isso nos dará luz e caminho para que possamos fazer um trabalho ainda mais próximo da realidade das pessoas com deficiência e de suas famílias”, disse.

O presidente da Fenapaes salientou ainda que o fortalecimento da Rede Apae exige continuidade e comprometimento permanente, já que, apesar de avanços, ainda há muito a ser feito.

“A cada dia, a cada conquista, eu tenho certeza de que o movimento está cada vez mais perto da sua verdadeira essência: dar qualidade de vida e oportunidades para os nossos atendidos”, frisou.

Já Luiz Fernando Zuin ressaltou que o evento proporcionou um espaço de troca de experiências entre os estados, permitindo a cada coordenador apresentar as particularidades do seu território e as perspectivas de futuro. De acordo com ele, isso favoreceu um diálogo amplo e a construção de ações de acordo com as necessidades locais, respeitando o território de cada Apae.

O coordenador nacional evidenciou também a dedicação da Fenapaes com as Apaes em oferecer apoio para que as escolas especializadas sigam garantindo um ensino adequado aos seus alunos. Ainda segundo Zuin, as escolas da Rede atendem, em sua maioria, pessoas com deficiências mais graves, que demandam acompanhamento contínuo e metodologias específicas.

“São alunos que precisam de atenção individualizada e de ambiente estruturado para evoluírem na aprendizagem e isso é o que encontramos nas escolas especializadas da Apae. Esse encontro, portanto, vem justamente para fortalecer esse compromisso com a educação especial”, afirmou.

Escolas especializadas em pauta

Durante sua participação, o senador Flávio Arns abordou o papel das escolas especializadas no contexto da educação inclusiva no país, principalmente diante das discussões acerca do Decreto nº 12.686/2025, que institui a Política Nacional de Educação Especial Inclusiva e a Rede Nacional de Educação Especial Inclusiva.

O parlamentar apaeano ressaltou que a própria legislação, a exemplo da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), prevê que “a educação não acontece preferencialmente na escola comum. Não sendo possível, de acordo com as necessidades do educando, que sejam nas escolas especializadas, serviços ou instituições”.

Além disso, Flávio Arns defendeu que a escolha sobre qual modelo de ensino seguir, seja regular, seja especializada, deve partir da família e da pessoa com deficiência. Esse ponto, acrescentou o senador, comprova a autodefensoria como princípio.

“A decisão tem que ser da família e da pessoa com deficiência. A autodefensoria é fundamental. Os autodefensores têm que opinar e as famílias também”, corroborou.